domingo, 26 de setembro de 2010

BECO DOS BÊBADOS

Beco dos bêbados
Bêbados bebendo além da conta.
Devendo a conta, e caindo duro.
Bêbados abraçados a postes.
Bêbados agarrados a garrafas,
Bêbados a postos na esperança
De um trago de graça.
Esperando quem lhes pague uma dose
De qualquer álcool,
De qualquer cachaça,
De qualquer desgraça.
Dose que lhe traga algum instante
De felicidade, para esquecer,
Uma vida de tristeza e sem graça.
Bêbado, desequilibrado, calibrado.
Se equilibrando, cambaleando,
Andando em "S",
Tentando fazer um "4".
Andando de quatro,
Rasteja, levanta, ziguezagueando
Do muro ao meio-fio,
Do meio-fio ao meio da rua,
Volta e cai na sarjeta.
Na beira do abismo.
Abismado com o espelho de um
Automóvel, imóvel, estacionado,
Que o bebum sem direção atropela.
Olha novamente no espelho
E não acredita no que vê.

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